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9. Produção de Mapas
Objetivos |
Compreender a produção de mapas para dados espaciais |
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Palavras chave: |
Produção de um mapa, disposição dos elementos de um mapa, escala gráfica, rosa-dos-ventos, legenda, corpo do mapa, unidades do mapa |
9.1. Visão Geral
A produção de mapa é o processo de organizar os elementos do mapa em uma folha de papel, de forma que, mesmo sem muitas palavras, uma pessoa comum consiga entender sobre o que tudo se trata. Mapas são geralmente produzidos para apresentações ou relatórios nos quais a audiência ou leitor é um político, cidadão ou estudante sem repertório profissional no SIG. Por conta disso, um mapa precisa ser eficiente em comunicar informação espacial. Elementos comuns de um mapa são o título, corpo do mapa, legenda, seta norte, barra de escala, fonte de dados e borda do mapa (see Fig. 9.45).
Podem ser adicionados outros elementos, tais como uma grade, ou o nome da projeção do mapa (SRC). Juntos, estes elementos ajudam o leitor do mapa a interpretar a informação presente no mapa. O corpo do mapa é a parte mais importante do mapa, uma vez que contém a informação do mapa. Os outros elementos facilitam o processo de comunicação e ajudam o leitor do mapa a orientar-se a ele próprio e a compreender o assunto do mapa. Por exemplo, o título descreve o assunto e a legenda relaciona os símbolos do mapa com a informação representada.
9.2. Título em detalhe
O título do mapa é muito importante, porque geralmente é a primeira coisa para onde um leitor vai olhar num mapa. É comparável ao título num jornal. Deve ser curto, mas dar dar ao leitor uma primeira ideia daquele que representa.
9.3. Fronteira do Mapa em detalhe
A borda do mapa é uma linha que define exatamente os limites da área mostrada no mapa. Ao imprimir um mapa com uma gratícula (que descrevemos logo abaixo), você encontra frequentemente as informações das coordenadas das linhas da gratícula ao longo das linhas de borda, como você pode ver na Fig. 9.46.
9.4. Legenda do mapa em detalhe
Um mapa é uma representação simplificada do mundo real e os símbolos do mapa são usados para representar objetos reais. Sem símbolos, não entenderíamos os mapas. Para se certificar de que uma pessoa pode ler corretamente um mapa, a legenda do mapa é utilizada para prover uma chave para todos os símbolos usados no mapa. A legenda do mapa é normalmente apresentada como uma pequena caixa em um canto do mapa. Ela contém ícones, em que cada um representará um tipo de feição. Por exemplo, um símbolo de casa vai te mostrar como identificar casas no mapa (see Fig. 9.46).
Você pode também utilizar diferentes símbolos e ícones na sua legenda para mostrar temas diferentes. Em Fig. 9.46 você pode ver um mapa com um lago em azul claro, sobreposto com linhas de contorno e alturas de pontos para apresentar informação sobre o terreno naquela área. Do lado direito, você vê a mesma área com o lago no fundo, mas esse mapa é destinado a mostrar para turistas a localização das casas que eles podem alugar para suas férias. Utiliza-se cores mais vivas, um ícone de casa e palavras mais descritivas e convidativas na legenda.
9.5. Seta do Norte em detalhe
A seta no norte (por vezes chamado de rosa dos ventos) é uma figura que mostra as principais direções Norte, Sul, Leste e Oeste. Num mapa é utilizado para indicar a direção do Norte.
Por exemplo, isto significa que uma casa que está localizada a norte de um lago, num mapa, esta pode ser encontrada acima do lago.
9.6. Escala em detalhe
A escala de um mapa é o valor de uma única unidade de distância no mapa, representando distância no mundo real. Os valores são mostrados em unidades do mapa (metros, pés ou graus). A escala pode ser expressa de diversas formas, por exemplo, em palavras, como uma proporção ou como uma barra de escala gráfica (see Fig. 9.47).
Expressando uma escala em palavras é um método comumente utilizado e tem a vantagem de ser facilmente compreendido pela maioria dos usuários de mapas. Você pode ver um exemplo de escala baseada em palavras em Fig. 9.47 (a). Outra opção é o método fração representativa (FR), onde tanto a distância no mapa, quanto a distância no chão no mundo real são dadas nas mesmas unidades de mapa, como uma proporção. Por exemplo, um valor de FR 1:25.000 significa que qualquer distância no mapa é 1/25.000 th da distância real no chão (see Fig. 9.47 (b)). O valor 25.000 na proporção é chamado de denominador da escala. Usuários mais experientes geralmente preferem o método de fração representativa, pois diminui a confusão.
Quando uma fração representativa se expressa numa razão muito pequena, por exemplo 1:1.000.000, chama-se de mapa de escala pequena. Pelo contrário, se a razão é muito grande, por exemplo um mapa 1:50.000, é chamado de mapa de escala grande. É útil relembrar que uma mapa de escala pequena cobre uma área grande e um mapa de escala grande cobre uma área pequena.
Uma expressão de escala como gráfico ou barra de escalas é outro método básico de expressar uma escala. Uma barra de escalas mostra distancias mensuradas no mapa. A distancia equivalente no mundo real é colocada em cima, como você pode ver na Fig. 9.47 (c).
Os mapas são geralmente produzidos a escalas normalizada, como por exemplo, 1:10.000, 1:25.000, 1:50.000, 1:100.000, 1:250.000 e 1:500.000. O que significa isto para o leitor do mapa? significa que se multiplicar a distância medida no mapa pelo denominador de escala, vai saber a distância no mundo real.
Por exemplo, se medirmos a distância de 100 mm num mapa com uma escala de 1:25.000, iremos calcular a distância desta forma:
100 mm x 25,000 = 2,500,000 mm
Isto significa que 100 mm no mapa é equivalente a 2500 000 mm (2 500 m) no mundo real.
Outro aspecto interessante de uma escala de mapa é que quanto menor for a escala, mais detalhada será as informações da feição do mapa. Na Fig. 9.48, você pode ver um exemplo disso. Ambos os mapas têm o mesmo tamanho, porém escalas diferentes. A imagem da esquerda mostra mais detalhes, como por exemplo, as casas ao oeste do corpo de água podem ser claramente identificadas como quadrados separados. Na imagem da direita, você pode ver apenas um amontoado de retângulos e não é possível enxergar cada casa com clareza.
9.7. Conhecimento em detalhe
Na área do mapa com os agradecimentos é possível adicionar informação importante. Por exemplo, informação sobre a qualidade dos dados usados pode ser útil para dar ao leitor uma ideia sobre os detalhes, tais como por quem e onde foi criado o mapa. Se reparar no mapa topográfico da sua localidade, pode ser útil saber quando foi criado e quem o fez. Se o mapa já tem 50 anos de idade, provavelmente vai encontrar muitas casas e estradas que já não existem, e talvez nunca tenham existido. Se souber que o mapa foi criado por uma instituição oficial, pode contactá-los e perguntar se têm uma versão atual do mapa com informação atualizada.
9.8. Grade em detalhe
Uma gratícula é uma rede de linhas sobreposta em um mapa para deixar a orientação espacial mais fácil para o leitor. As linhas podem ser usadas como referência. Como por exemplo, as linhas de uma gratícula podem representar os paralelos de altitude e os meridianos de longitude da Terra. Quando você quer se referir a uma área específica de um mapa durante sua apresentação ou em um relatório, você pode dizer: ‘as casas próximas de latitude 26,04 / longitude -32,11 são comumente expostas a inundações em Janeiro e Fevereiro’
9.9. Nome da projeção cartográfica em detalhe
A projeção do mapa tenta representar a Terra tridimensional com todos os seus elementos como casas, estradas ou lagos numa folha de papel plana. Como pode imaginar, isto é muito difícil e mesmo após centenas de anos ainda não existe uma única projeção que possa representar a Terra na perfeição para qualquer área do globo. Cada projeção tem vantagens e desvantagens.
Para ser capaz de criar mapas o mais precisamente possível, pessoas tem estudado, modificado e produzido diferentes tipos de projeções. No final, quase todo país tem desenvolvido sua própria projeção de mapa com o objetivo de aprimorar a precisão do mapa para sua área territorial (see Fig. 9.50).
Com isso em mente, podemos agora entender o porquê faz sentido adicionar o nome da projeção em um mapa. Permite que o leitor veja rapidamente se um mapa pode ser comparado à outro. Por exemplo, feições em um mapa com uma projeção denominada Área Igual se parecem bem distintas de feições projetadas em uma projeção Cilíndrica Equidistante (see Fig. 9.50).
A projeção cartográfica é um tópico muito complexo e não o podemos cobrir por completo aqui. Pode consultar o tópico anterior: Sistemas de Referência de Coordenadas se pretender saber mais sobre o assunto.
9.10. Problemas comuns / coisas que devemos estar cientes
Por vezes é difícil criar um mapa que seja fácil de entender e bem definido, e que apresente e explique todas as informações que o leitor precisa saber. Para conseguir isso, precisa criar uma organização e composição com todos os elementos do mapa. Deverá concentrar-se na história que quer contar com o seu mapa e como os elementos, tais como a legenda, barra de escala e como devem ser ordenados. Ao fazer isso, vai ter um mapa bem desenhado e educacional, que as pessoas gostariam de ver e serem capazes de entender.
9.11. O que aprendemos?
Para encerar vamos ver o que abordamos na lista abaixo:
Fazer um mapa significa organizar os elementos do mapa numa folha de papel.
Os elementos do mapa são o título, o mapa, o limite do mapa, a legenda, a escala, a seta do norte e a informação complementar.
A escala representa a razão da distância no mapa com a distância real no terreno.
A escala é representada nas unidades do mapa (metros, pés ou graus)
Uma legenda explica todos os símbolos do mapa.
Um mapa deve explicar informação complexa de forma tão simples quanto possível.
Geralmente os mapas são representados com ‘orientação para Norte’.
9.12. Agora é sua vez de tentar!
Aqui estão algumas idéias para você experimentar com os seus alunos:
Carregue algumas camadas vetoriais no seu SIG para a sua área local. Veja se os seus alunos conseguem identificar exemplos de diferentes elementos da legenda tais como tipos de estrada ou edifícios. Crie uma lista dos elementos da legenda e defina o símbolo apropriado, para o que leitor possa perceber facilmente o seu significado no mapa.
Crie um layout de mapa com seus alunos em uma folha de papel. Decida sobre o título do mapa, quais as camadas SIG você deseja mostrar e quais cores e ícones serão usados no mapa. Use as técnicas que você aprendeu nos Tópicos Dado Vetorial e Dado de Atributo Vetorial para ajustar a simbologia de acordo com o necessário. Quando você tiver um modelo, abra o layout de impressão do QGIS e tente arranjar um layout do mapa conforme planejado.
9.13. Algo para se pensar
Se não tem um computador disponível, pode utilizar qualquer mapa tolográfico e discutir a aparência do mapa com os seus alunos. Perceba se eles compreendem o que o mapa pretende dizer. O que pode ser melhorado? Com que precisão é que o mapa representa a história da área? Como é que um mapa de há 100 anos atrás difere do mesmo mapa atualmente?
9.14. Leitura complementar
Livros:
Chang, Kang-Tsung (2006). Introduction to Geographic Information Systems. 3rd Edition. McGraw Hill. ISBN: 0070658986
DeMers, Michael N. (2005). Fundamentals of Geographic Information Systems. 3rd Edition. Wiley. ISBN: 9814126195
Website: Escala (mapa)
O Guia do Utilizador do QGIS também tem informações mais detalhadas sobre a produção de mapas no QGIS
9.15. Qual é o próximo?
Na área seguinte, teremos uma visão aproximada da análise de vetores para ver como podemos utilizar um SIG para mais do que apenas fazer mapas com uma boa aparência!